
O processo de estruturação da simbiose industrial no Distrito Industrial de Santa Cruz deu um passo importante durante a última semana. O Governo do Estado do Rio de Janeiro, representantes das empresas associadas à AEDIN, Kalundborg Symbiosis, Clean Cluster, Viegand Maagøe e Greennova Hub participaram de uma reunião estratégica com o objetivo de construir a governança que irá sustentar o programa no longo prazo.
Ainda em fase de construção, o programa busca criar uma estrutura mínima e necessária que permita o fortalecimento das parcerias simbióticas, a melhoria da comunicação entre os diversos atores e o desenvolvimento de mecanismos para arrecadar fundos e garantir a sustentabilidade financeira da iniciativa.
Modelo dinamarquês inspira construção da governança local
Um dos pontos altos da reunião foi a participação da comitiva dinamarquesa, referência mundial com mais de 50 anos de experiência em simbiose industrial. Mette Wendel, facilitadora da Kalundborg Symbiosis, apresentou o modelo de governança adotado, que reúne empresas em um conselho formado por gerentes de setores estratégicos como transporte, água e CO₂.
Durante sua apresentação, Mette destacou a missão e os valores que norteiam a atuação da Kalundborg Symbiosis: o fortalecimento das parcerias, a utilização total dos recursos e o compartilhamento da mentalidade simbiótica. Ela também ressaltou a abordagem circular à produção, promovendo o desenvolvimento sustentável nas empresas a partir de projetos conjuntos, que impactam positivamente tanto a eficiência produtiva quanto a responsabilidade ambiental.
O encontro serviu de inspiração para que as empresas do Distrito Industrial de Santa Cruz refletissem sobre a estrutura de governança ideal para sua realidade, além de debaterem sobre o modelo de financiamento mais adequado para assegurar a viabilidade e a expansão do programa.
Outro ponto levantado por Mette foi a importância de avaliar cuidadosamente a compatibilidade de cada indústria com o ecossistema local — ou seja, verificar se “dá match” com as oportunidades e necessidades do Distrito para fortalecer a proposta simbiótica. Além de manter a participação ativa dos responsáveis de cada empresa nas ações do programa.
Para Yanko Santiago, representante da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (SEAS), o engajamento dos atores é muito importante: “Quanto mais pessoas participando, mais ideias, mais inovações e mais fundos de investimentos para trabalhar o meio ambiente nas empresas, tornando a simbiose mais fomentada e atrativa para outras indústrias participarem.”
Ao final da reunião, ficou clara a necessidade de seguir com a aproximação entre os diversos atores, melhorando os canais de comunicação, aprofundando o mapeamento das sinergias e consolidando as bases para a governança colaborativa que sustentará o programa no Distrito Industrial de Santa Cruz.
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